Extracts from a Brazilian (not a Brazilian’s) diary: VII

An open letter to Carlos Roberto ´Dinamite´ de Oliveira, president of Vasco da Gama Football Club, Rio de Janeiro, Brazil

Senhor Carlos Roberto ´Dinamite´ de Oliveira
Presidente
Club de Regatas Vasco da Gama
Estádio de São Januário
Gerenal Almério de Moura 131
Rio de Janeiro, RJ

5 May 2011

Dear Senhor de Oliveira,

My name is Lee Turnpenny; I am from England, currently spending time in Rio de Janeiro, as part of a long visit to Brazil. Having in common with Brazilians a love of football, I decided to volunteer with an organisation called ´Travellers Worldwide´, and have consequently been involved with coaching football to underprivileged children, at the Centro Esportivo ‘Bola de Fogo’ project in Pavuna, north Rio de Janeiro.

I understand that, in order to attract sponsorship, Bola de Fogo is linked to your club, Vasco da Gama. However, to my observation, this is currently somewhat difficult to believe. The project is in serious need of attention. The astroturf pitch is in a dreadful condition, and requires urgent replacement, as it constitutes, in my opinion, a serious injury risk. You would not allow your highly-paid professionals to train on such a surface. Moreover, much of the equipment is damaged, old and worn: footballs, cones, goal nets, etc. In fact, the whole facility requires investment, regeneration and maintenance. Surely, a project from which Vasco da Gama looks to recruit new talent for its future could be better supported.

Obviously, arranging sponsorships takes time. However, from what I have read, Vasco da Gama, one of the biggest, most famous and most successful clubs in Brazil, has substantial assets. Yours is the only one of the big four Rio teams to own its own stadium. Could your club not afford a small fraction of these assets to be put into projects such as Bola de Fogo now?

Nearly all the kids I have met at the project turn up in Vasco da Gama shirts – they are proud to be associated in some small way with your football club. Could Vasco da Gama not reciprocate this pride – and invest in the facilities and young talent there? Moreover, on my daily commute to the project, north out of the centre of Rio, I note there are many run-down areas where other similar projects could be established, such that more deprived kids can have a focus, and the opportunity to do something they love to do – play football (and other sports) – and thus be less susceptible to the undesirable influences pervading their environment.

As a native of Rio, a highly-revered former Vasco da Gama player, and Rio de Janeiro state deputy, you are well aware of the plight of Rio´s poor. Despite Brazil´s current economic strength, there are still millions in poverty – and this disparity between the haves and the have-nots is starkly apparent in Rio. Instead of allowing the poor and disenfranchised to fall further behind, now is the time to invest. Your club has a proud history, with a predecessor of yours having instigated the process that defeated racism among Rio´s football teams. With the World Cup coming here in 2014 (- hence, Sepp Blatter and FIFA ought to be called upon to contribute -), now is the time for another ´resposta histórica´ – to the poverty that bars many children from realising their potential.

Assuring you of my best intentions,

Yours etc,


With grateful thanks to Fabio Castilha for the Portuguese translation:

Carta enderessada ao Sr. Carlos Roberto ´Dinamite´ de Oliveira, presidente do Clube de Regatas Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brazil

Senhor Carlos Roberto ´Dinamite´ de Oliveira
Presidente
Clube de Regatas Vasco da Gama
Estádio de São Januário
Gerenal Almério de Moura 131
Rio de Janeiro, RJ

5 de Maio de 2011

Estimado Senhor de Oliveira,

Meu nome é Lee Turnpenny; sou Inglês, e no momento estou passando um tempo no Rio de Janeiro, como parte de uma longa visita ao Brasil. Tendo em comum com os Brasileiros a paixão pelo futebol, eu decidi prestar trabalho voluntário com uma organização denominada ´Travellers Worldwide´, e consequentemente me envolvi com o programa de ensino de futebol para crianças menos favorecidas, no Centro Esportivo ‘Bola de Fogo’, na Pavuna, Zona Norte do Rio de Janeiro.

Compreendo que, afim de buscar patrocinadores e suporte, Bola de Fogo assumiu uma franquia com o Vasco da Gama. Entretanto, ao meu ver, isto é difícil de compreender. O projeto necessita seriamente de atenção. O campo de grama sintética está em péssimas condições, e requer substituição imediata, uma vez que constitui, em minha opinião, sério risco de lesão para os praticantes. Você certamente não permitiria seus muito bem pagos jogadores profissionais a treinar em tal superfície. Além do mais, a maioria do equipamento está danificado, bolas, cones, e redes muito velhas e sem condições de uso. Na verdade, toda a estrutura do clube requer investimento, renovação e manutenção. Certamente, um projeto do qual o Vasco da Gama busca recrutar novos taletos para o futuro poderia ser melhor estruturado.

É óbvio que buscar patrocinadores e patrocínios demanda tempo. Entretando, até onde entendo, o Vasco da Gama, um dos maiores, mais famosos, e mais bem sucedidos clubes do Brasil, detém recursos suficientes. O seu clube é o único dos 4 grandes clubes do Rio que possui um estádio próprio. Diante disso, será que o clube não poderia dispor de uma pequena fração destes recursos para ajudar projetos como o Bola de Fogo?

Quase todas as crianças que encontrei no projeto vestem a camisa do Vasco da Gama – eles são orgulhosos de ser, de alguma maneira, associados ao seu clube de futebol. Poderia então o Vasco da Gama devolver em parte este orgulho, e investir na estrutura e nos jovens talentos de lá? Além do mais, em minha jornada diária ao projeto na Zona Norte do Rio, eu noto que existem muitas áreas onde projetos similares poderiam ser estabelecidos, onde mais crianças menos favorecidas poderiam ter um foco, e a oportunidade de fazer algo que amam – jogar futebol (e outros esportes), e com isso estar menos suscetíveis às influências negativas que prevalecem no meio.

Sendo natural do Rio de Janeiro, grande ícone e jogador referência do Vasco da Gama, Deputado Estadual do Rio de Janeiro, você certamente tem consciência dos problemas que o Rio enfrenta em relação à probreza. Apesar de a economia Brasileira estar fortalecida neste momento, ainda existem milhões de pessoas na pobreza – e esta dispariedade entre ter e não ter é muito aparente no Rio. Ao invés de permitir que os menos favorecidos caiam mais ainda, agora é o momento de invetir. Seu clube tem uma história de orgulho, com seu presidente de honra, José Augusto Prestes, tendo investigado o processo que venceu o racismo entre os clubes de futebol do Rio. Com a Copa do Mundo de 2014 (e também Sepp Blatter e a FIFA devem ser chamados a contribuir), agora é o momento para outra ‘resposta histórica’ – para a pobreza, que é uma barreira à que muitas crianças percebam o grande potencial que tem.

Com as melhores intencões possíveis.

Atenciosamente

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